Considerações finais sobre os temas psicológicos de Caminho das Índias
O personagem Zeca (Duda Nagle) atropela Duda (Tania Khalill), e essa vem a perder o bebê. Ele é processado, e por ser réu primário, o juiz substitui a pena de prisão por prestação de serviço comunitário. Zeca foi condenado a prestar serviços na Ong Viva Cazuza, no Rio. A cena do desfecho mostra o personagem contanto histórias para as crianças da Ong.
Anteriormente, escrevi um post completo sobre este tema: A violência Juvenil
A esquizofrenia
A escolha do casal Tonia (Marjorie Estiano) e Tarso (Bruno Gagliasso) foi apostar no amor. Mesmo sabendo que o Tarso nunca mais será o mesmo, que terá que continuar com o tratamento pelo resto da vida e que poderá ter surtos a qualquer momento. Essa era uma das escolhas de Tonia, viver ou não esse amor conturbado e difícil. Ela troca a estabilidade de uma pós graduação no exterior, pela instabilidade de um “amor louco”. Como disseram na novela, “os loucos também amam!”. Com o devido tratamento e acolhimento da família, as dificuldades causadas pela esquizofrenia podem ser drasticamente minimizadas.
Link para a postagem completa sobre este tema: A esquizofrenia em Caminho das Índias
A psicopatia
Esse foi o desfecho menos comentado do final da novela. Acredito que a autora quis mostrar que a justiça no Brasil é branda e que têm falhas. Ao jogar um charme para cima do carcereiro, Yvone (Letícia Sabatella) consegue sair da penitenciária na calada da noite, sob o pretexto de visitar a mãe. O que ficou no ar é que a “águia continuará caçando”, ou seja, Yvone continuará fazendo o que sempre fez.
Para ver o post completo que escrevi sobre psicopatia:A psicopatia
Para ver a entrevista que concedi sobre psicopatia ao jornal comunicação da UFPR: Psicopata: mente cruel em rosto agradável
Movimento antimanicomial
O desfecho deste tema se fundiu com o reencontro de Tarso (Bruno Gagliasso) e Tonia (Marjorie Estiano). O interessante é mostrar que em uma clínica modelo como a do Dr Castanho (Stenio Garcia), a família pode participar ativamente do tratamento dos pacientes. Atividades lúdicas e musicais são excelentes para que a família participe. Isso inclui ainda mais o paciente no tratamento e de quebra faz com que a família também se aproxime mais de seu ente querido. A cena de Melissa (Christiane Torloni) e Tarso marca bastante este aspecto, a mãe finalmente aceita a condição do filho e passa a apoiar o seu tratamento.
Post completo sobre este tema: Movimento Antimanicomial
No restante do desfecho da novela, o que vi bastante foi o perdão. Pais perdoando os filhos, marido perdoando a esposa e etc. O que não se teve perdão foi para a falsa morte de Raul (Alexandre Borges). As feridas abertas por este ato são profundas, e provavelmente nunca irão a cicatrizar.
O que mais me animou foi essa abertura que a autora Gloria Perez deu. Colocou para o público diversos temas, problemas e dificuldades. Trouxe tudo isso para a discussão, e os telespectadores tiveram a oportunidade de vivenciar um pouco cada um deles.
Meus parabéns para toda a equipe!
Tenham uma boa semana!
Psicólogo e Coach
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Bigorrilho – Curitiba