Solidão no pós-término: como se recuperar emocionalmente?
Resumo do artigo:
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Sentir-se sozinho após o fim de um relacionamento é mais comum do que parece.
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Vivenciar o luto amoroso é essencial para elaborar a perda e seguir em frente.
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Autoconhecimento e autocuidado são aliados poderosos nesse processo.
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Filmes podem ajudar a refletir e encontrar conforto emocional durante essa fase.
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O psicólogo Leonardo Fd Araujo oferece atendimento psicológico com opção presencial em Curitiba ou On-line para todo o Brasil, de forma rápida e prática.
Solidão no pós-término: como se recuperar emocionalmente?
Leia o artigo completo: tempo de leitura 6 minutos
Recebi uma dúvida sobre “solidão no pós término” do leitor, o A.D. , homem, 42 anos:
“Leonardo, desde que terminei um relacionamento de mais de 15 anos me sinto sozinho. Já se passaram mais de 7 meses, mesmo estando com pessoas, amigos e saindo com algumas garotas, a solidão está sendo pesada para lidar. Gostaria que falasse mais sobre isso! É normal sentir-se assim ou estou exagerando?”:
Então vamos lá, esse artigo é para responder essa dúvida do nosso leitor e que pode ser também a sua! Como se trata da dúvida de um leitor homem, vou direcionar a resposta ao público masculino. Porém, fica fácil de perceber que alguns dos pontos se fundem e são inerentes a ambos os gêneros.
O fim de um relacionamento pode ser um dos momentos mais desafiadores da vida de um homem. Para muitos, a dor do término não se limita à perda da parceira, mas também às consequências emocionais que vêm junto com ele: a solidão, a dúvida sobre o futuro e a dificuldade de expressar o sofrimento. Homens, de maneira geral, foram ensinados a engolir o choro e seguir em frente como se nada tivesse acontecido. Mas ignorar a dor pode fazer com que ela se transforme em um problema ainda maior.
A solidão após o término: um peso invisível
Uma pesquisa do Instituto Gallup (2023)* revelou que os homens têm redes de apoio significativamente menores do que as mulheres. Enquanto muitas mulheres contam com amigas próximas para dividir emoções, grande parte dos homens tende a se isolar. Esse isolamento emocional pode levar a um aumento nos sintomas de ansiedade e depressão, tornando o período pós-término ainda mais desafiador.
Sem um espaço seguro para falar sobre suas emoções, muitos recorrem a estratégias ineficazes para lidar com a dor. Trabalho excessivo, consumo de álcool ou mergulhar rapidamente em novos relacionamentos podem parecer soluções, mas, na maioria dos casos, são apenas distrações temporárias. O que realmente pode ajudar é encarar a solidão de frente, lidando com a realidade dos fatos e aprender a lidar com o momento de maneira saudável.
4 Passos para reconstruir-se após o término
1. Aceite a dor sem pressa de superá-la
O primeiro impulso de muitos homens é tentar ignorar ou reprimir a dor. Mas sentimentos não desaparecem apenas porque escolhemos não olhá-los. Permita-se sentir, sem pressa para “superar” o término rapidamente.
2. Reconstrua sua identidade individual
Relacionamentos podem fazer com que nossas identidades se misturem com as do parceiro. Redescubra seus interesses, hobbies e paixões. O que você gostava de fazer antes do relacionamento? O que sempre quis experimentar, mas nunca teve tempo?
3. Fortaleça sua rede de apoio
Se você não tem o hábito de compartilhar emoções com amigos, esse é um bom momento para mudar. Converse com amigos próximos que sejam confiáveis. Procurar um psicólogo pode te ajudar a organizar os sentimentos e entender melhor os caminhos a seguir. O diálogo criado na terapia é essencial para não se afogar na solidão e entender melhor o que está acontecendo.
4. Cuide do seu corpo e da sua mente
Praticar exercícios físicos, dormir bem e manter uma alimentação equilibrada fazem diferença no bem-estar emocional. O corpo e a mente estão conectados, e investir na sua saúde física é também investir na sua recuperação emocional.
“Quarentena emocional”: o tempo necessário para curar antes de recomeçar
Depois de um término, é comum sentir um vazio e buscar formas de preenchê-lo rapidamente. Muitos acabam mergulhando em novos relacionamentos ou buscando distrações constantes para evitar encarar a dor da separação. No entanto, isso pode ser um grande erro.
Chamo de “quarentena emocional” o período de pausa intencional para processar o luto do fim do relacionamento, entender as lições da relação e fortalecer a própria identidade antes de seguir em frente. O tempo da quarentena pode variar de pessoa para pessoa. No consultório percebo que, geralmente, um tempo entre 2 e 4 meses é o suficiente para organizar em boa parte o coração e os sentimentos.
Esse tempo permite que você evite repetições, pois sem um tempo de reflexão, há o risco de cair nos mesmos padrões e acabar em um novo relacionamento pelos motivos errados.
Fortalecer a sua autonomia emocional, a solidão pode ser desconfortável, mas aprender a estar bem consigo mesmo é essencial para relações futuras mais saudáveis. Outro ponto fundamental é respeitar seu próprio ritmo, precisamos entender que cada pessoa leva um tempo diferente para superar um término, uns estarão se sentindo prontos em 40 dias, outros em 6 meses. Forçar-se a seguir em frente sem ter elaborado a dor pode gerar ou aumentar feridas emocionais não resolvidas.
Esse período pode servir também para dar um significado à experiência, ao invés de encarar o fim apenas como uma perda, esse tempo de pausa ajuda a enxergá-lo como uma oportunidade de amadurecimento.
Criar essa “quarentena emocional” não significa isolar-se do mundo, mas sim dar a si mesmo o espaço necessário para processar o que aconteceu e, só então, estar pronto para novas conexões. Além do mais, é preciso entender o que você irá buscar e procurar em um próximo relacionamento.
O cinema como espelho da reconstrução pós-término
Como vimos neste artigo, vivenciar o luto após o fim de um relacionamento é um processo legítimo e necessário. Trata-se de um período de recolhimento, mas também de recomeço. Para muitos, o silêncio da solidão pode ser assustador — mas ele também pode ser fértil. Sempre convido meus clientes a assistir filmes sobre temas ligados a situações da vida em geral. Nesse momento, obras cinematográficas podem funcionar como espelhos e guias simbólicos, ajudando a nomear sentimentos e a encontrar caminhos de autocuidado.
Comer Rezar Amar (Eat Pray Love, 2010)
Liz (Julia Roberts) decide embarcar em uma jornada de autoconhecimento por três países após o divórcio. O prazer (Itália), a espiritualidade (Índia) e o equilíbrio (Indonésia) representam camadas do processo de cura. O filme nos apresenta um lembrete poderoso de que cuidar do corpo, da mente e da alma é parte essencial do recomeço. E que, durante a essa jornada, podemos até mesmo encontrar um novo amor!
Oportunidade de crescimento
Pode parecer clichê, mas é verdade: todo término também é uma oportunidade de crescimento. Ele nos obriga a olhar para dentro e entender quem somos quando estamos sozinhos. É um momento de autoconhecimento, onde aprendemos a ser felizes com nossa própria companhia.
Se você sente que a solidão está pesando demais ou que não consegue sair desse ciclo sozinho, buscar ajuda um psicólogo é uma excelente escolha. A terapia pode ser um espaço seguro para entender suas emoções e criar um novo caminho para sua vida. Lembre-se: você não precisa enfrentar isso sozinho!
O psicólogo Leonardo Fd Araujo, em Curitiba, oferece atendimento especializado para ajudar pessoas que enfrentam esse tipo de questão. Entre em contato e dê o primeiro passo! Atendimentos presenciais em nosso consultório no Bigorrilho e On-line de onde você estiver, dentro e fora do Brasil!
Pode contar comigo!
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Para citações:
ARAUJO, Leonardo Fd. Solidão no pós-término: como se recuperar emocionalmente? In: LEONARDO Fd Araujo | Psicologia. 28 mai. 2025. Disponível em: https://psicologoemcuritiba.com.br/2025/05/solidao-no-pos-termino-como-se-recuperar-emocionalmente/ Acesso em:
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*Fonte da pesquisa: Instituto Gallup. “Social Connections and Loneliness.” Gallup, 2023.