Entrevista: Participação no caderno Unimed “Espaço Vida” no Jornal Zero Hora de Porto Alegre
A sabedoria de saber viver intensamente
Uma disposição mais otimista diante da vida e dos acontecimentos previne/atenua o estresse?
Sem dúvida, o otimismo é um aliado e tanto para qualquer pessoa nos dias atuais. A vida está cada dia mais atribulada e atarefada, uma visão otimista perante os percalços cotidianos é sempre positivo. O mundo que nos cerca é cheio de focos de estresse: o trânsito, trabalho, violência, vida financeira, problemas familiares. É aquela velha máxima, ao ver um copo com água pela metade, o otimista vê um copo quase cheio. Já o pessimista o vê como quase vazio. Ter uma visão otimista nos coloca de maneira mais leve e descontraída diante das situações, propiciando uma melhor tomada de decisões e iniciativa.
Logo, temos um melhor entendimento do mundo que nos cerca, e vivemos de uma forma mais intensa e feliz. Muito se fala do pensamento positivo, que nada mais é que uma posição otimista perante os acontecimentos. Sendo assim, a carga de estresse do dia a dia não nos afeta de maneira negativa, mas sim positiva. Certo nível de estresse é necessário para qualquer um, pois nos ajuda a manter o corpo e a mente em alerta. O que nos é prejudicial é o excesso.
Já o pessimista leva a vida de maneira mais pesada, um verdadeiro fardo. Vê tudo acontecendo a sua volta e só tem pensamentos negativos para os desfechos, ou seja, espera sempre o pior das coisas. Isso, com o tempo, pode tornar-se prejudicial à saúde física e mental. Ainda mais se esse pessimismo vier acompanhado de uma carga grande de estresse. Mais cedo ou mais tarde o corpo começará a sentir os efeitos, e as doenças relacionadas poderão ser deflagradas, como: hipertensão arterial, disfunções sexuais, insônia, depressão e muitas outras.
Como sabemos, o estresse excessivo é uma grande fonte de doenças, dentre as mais comuns, as cardiovasculares. Uma pessoa estressada libera cortisol no organismo, o chamado hormônio do estresse. Estudos recentes da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia (UCLA) concluíram que a liberação do hormônio cortisol em pessoas que sofrem de estresse crônico leva a uma diminuição da telomerase, uma enzima que controla o envelhecimento das células. Ou seja, quem sofre de estresse crônico envelhece mais cedo e adoece mais. Outros estudos também já relacionaram o estresse com diminuição da resposta imunológica.
A natureza é sábia, nos deu os mecanismos necessários para que possamos lidar com as dificuldades. O cortisol é um hormônio presente em nós humanos e também nos animais. Essa substância, aliada a outros hormônios como a adrenalina, deixa o corpo preparado para lidar com situações difíceis, como por exemplo, fugir de um prédio em chamas, ou então correr em meio a um tiroteio. O que é prejudicial ao corpo é que com a vida cotidiana atual, temos esses hormônios liberados de maneira mais contínua. Sendo assim, o corpo se mantém em constante estado de alerta, só que isso nem sempre é bom, pois precisamos também do repouso.
Hábitos saudáveis de vida, aliados a uma visão otimista do mundo são fórmulas de longevidade e saúde.
* Leonardo Fd Araujo é psicólogo e psicoterapeuta, especialista em psicologia clínica pela UTP-PR, autor do blog Um Psicólogo em Curitiba : www.psicologoemcuritiba.com.br
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