O Vício em Apostas Online: Como Buscar Ajuda?

 

Nos últimos anos os jogos de azar cresceram exponencialmente, tornando-se uma febre entre os brasileiros, movimentando mais de R$100 bilhões no ano passado. O apelo e as promessas de dinheiro fácil e emoção garantida, milhões de pessoas se entregam ao jogo, sem perceber os riscos envolvidos. O vício em apostas pode causar danos financeiros, emocionais e sociais profundos. Mas afinal, como saber se você ou alguém próximo está desenvolvendo um problema com jogos de azar? E mais importante: como buscar ajuda? Te convido a acompanhar esse breve artigo sobre o tema, boa leitura!

Como o Vício em Apostas Online Se Desenvolve?

A compulsão por apostas esportivas, jogos e cassinos online não surge do nada. Ela ocorre de forma progressiva, passando por diferentes estágios. Inicialmente, o jogador aposta por diversão, aproveitando pequenos ganhos. Com o tempo, a necessidade de recuperar perdas ou sentir novamente a adrenalina da vitória leva a apostas cada vez maiores. Esse ciclo vicioso é reforçado pelo próprio sistema das plataformas, que utilizam algoritmos para manter o usuário engajado. O fato de o sistema aparentar ser algo divertido e inofensivo, também acaba sendo um ponto importante de reflexão.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o transtorno do jogo patológico afeta cerca de 1% da população mundial, mas a taxa pode ser ainda maior em países onde as apostas são amplamente divulgadas e incentivadas como é o caso do Brasil. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)1, entre 3% e 5% dos apostadores desenvolvem um comportamento patológico ligado ao jogo, precisando de tratamento especializado.

Por que as apostas viciam?

A Ludopatia, termo técnico usado para o vício em jogos de azar, acontece porque o desafio e a excitação provocados pelas apostas estimulam o cérebro de forma semelhante a substâncias psicoativas. Assim como acontece com drogas e álcool, o jogo ativa intensamente o sistema de recompensa, levando à dependência.

Os cassinos, casas de apostas e jogos online são projetados para manter o jogador envolvido, utilizando mecânicas como eventos de “quase-ganho” e recompensas imprevisíveis. Esse efeito cria uma falsa sensação de controle e de que a vitória está sempre por um triz, incentivando o jogador a continuar apostando.

Além disso, cada aposta ativa a liberação de dopamina, o neurotransmissor ligado ao prazer e à motivação. Com o tempo, o cérebro se adapta e desenvolve tolerância, exigindo apostas cada vez maiores para gerar a mesma sensação de euforia. Esse ciclo leva o indivíduo a correr riscos crescentes, muitas vezes resultando em perdas financeiras e impactos profundos na vida do apostador.

Os Sinais de Alerta do Vício em Jogos de Azar

Muitas pessoas não percebem que estão viciadas em apostas até que os danos se tornem irreversíveis ou grandes o bastante para trazer muitos problemas. Alguns sinais importantes que podem servir de alerta incluem:

  • Dificuldade em controlar a frequência e o valor das apostas.
  • Mentiras para familiares e amigos sobre o dinheiro gasto.
  • Uso de empréstimos ou cartão de crédito para continuar jogando.
  • Cria situações para que amigos ou familiares emprestem dinheiro.
  • Sintomas de abstinência, como ansiedade e irritabilidade ao tentar parar.
  • Preocupação excessiva com o jogo, a ponto de afetar as relações familiares, trabalho e até a saúde.
  • Negligência de responsabilidades familiares e profissionais. Deixar de pagar contas, cuidar da família e de si próprio.
  • A pessoa começa a aparentar um aspecto de estar doente. Pode emagrecer ou engordar, cuidar menos da aparência e até mesmo da higiene pessoal. Há uma deterioração geral da saúde.

Se você se identifica com esses sinais ou conhece alguém nessa situação, é hora de buscar ajuda profissional!

O Impacto Psicológico e Social do Jogo Compulsivo

O vício em apostas online afeta não apenas o jogador, mas também sua família, amigos e até o ambiente de trabalho. As pessoas viciadas em jogo têm uma maior propensão a desenvolver depressão, ansiedade e comportamentos impulsivos. A perda financeira contínua pode levar a crises conjugais, afastamento de entes queridos e até ao envolvimento com atividades ilícitas para sustentar o hábito. Neste meio tempo, é comum que o jogador desenvolva outros vícios, a fim de aplacar a “busca incessante por prazer”. A liberação de dopamina no cérebro durante a aposta cria um efeito viciante, tornando cada perda ou ganho um estímulo para continuar jogando. Esse mecanismo da dopamina torna-se uma “busca incessante pelo prazer”.

O Papel da Indústria das Apostas Online

As casas de apostas e cassinos online investem pesadamente em publicidade e estratégias psicológicas para manter seus jogadores ativos. Aqui entra um estudo profundo e muito bem articulado de engenharia social, onde planos são desenvolvidos para oferecer ao jogador sempre que quiser jogar. Muitas plataformas oferecem bônus de boas-vindas, cashback e promoções tentadoras, que incentivam o usuário a apostar cada vez mais. Além disso, a acessibilidade – com jogos disponíveis a qualquer hora do dia – torna ainda mais difícil controlar o impulso de jogar. As plataformas também utilizam figuras públicas ligadas ao esporte e a música, a fim de passar um ar de credibilidade e positividade.

Há uma infinidade de plataformas atualmente, dentro e fora do Brasil. Algumas misturam casa de apostas online, as conhecidas bets, com cassinos. Outras são puramente uma modalidade como o jogo do Tigrinho ou Aviãozinho. Independente da marca ou site, todos tem a mesma função: conseguir fixar o jogador para que jogue e fique o máximo de tempo possível online.

Importante entender que a “banca sempre vence”, e farão tudo o que for possível para arrancar o máximo de dinheiro do jogador! Lembrem, é tudo uma questão de engenharia social!

Outro ponto é atrelar o jogo de azar, as bets, com o esporte mais popular do planeta, o futebol. Campeonatos, times e atletas acabam fazendo parte desta indústria, sendo patrocinados e até mesmo fazendo propagandas ativas para as plataformas. Essa ligação do futebol com apostas não é nova, porém até o advento das plataformas online era algo velado e ilegal no Brasil. Em países como a Inglaterra as casas de apostas esportivas físicas funcionam há muito tempo, equivalendo a nossas casas lotéricas. Por lá há uma crescente preocupação com os impactos sociais do jogo de azar.

Um relatório da Revista Lancet Psychiatry2 revelou que 90% da receita das casas de apostas vem de apenas 5% dos jogadores, indicando que uma pequena parcela da população sustenta a lucratividade dessas empresas, muitas vezes à custa do próprio bem-estar. Aqui está parte do resultado da engenharia social, conseguem cativar e lucrar em cima de apenas 5% dos jogadores, que em boa parte estão viciados em jogo. 

Como Parar de Apostar? Estratégias e Tratamento Para o Vício em Apostas

A recuperação do vício em apostas não é simples, mas é possível com o suporte adequado. Um dos primeiros passos é a autoexclusão, um recurso oferecido por muitos sites de apostas que permite bloquear a própria conta, dificultando o acesso e reduzindo as chances de recaída. Além disso, grupos de apoio como os Jogadores Anônimos desempenham um papel fundamental no processo, proporcionando um ambiente de acolhimento onde os participantes compartilham experiências e encontram apoio mútuo para abandonar o jogo.

Outro aspecto essencial da recuperação é a psicoterapia especializada. O psicólogo Leonardo Fd Araujo, em Curitiba, atende pessoas que enfrentam o vício em apostas, ajudando-as a compreender os gatilhos emocionais que levam ao jogo compulsivo e a desenvolver estratégias eficazes para retomar o controle da própria vida. O acompanhamento psicológico não apenas auxilia na superação do vício, mas também fortalece o indivíduo para evitar recaídas e reconstruir sua rotina de forma mais saudável.

A Importância dos Grupos de Apoio

Além do tratamento psicológico individual, os grupos de apoio, como o Jogadores Anônimos (JA), desempenham um papel fundamental na recuperação de pessoas viciadas em jogos de azar. O JA segue os mesmos princípios dos Alcoólicos Anônimos (AA), utilizando um programa de 12 passos que ajuda os participantes a lidarem com o vício e reconstruírem suas vidas.

Nestes grupos, os membros compartilham suas experiências, dificuldades e conquistas, criando um ambiente de suporte mútuo. O apoio social é um dos fatores mais importantes para a recuperação, pois reduz a sensação de isolamento e fortalece a motivação para abandonar o jogo compulsivo. Se você ou alguém que conhece precisa de ajuda, participar de um grupo como o Jogadores Anônimos pode ser um primeiro passo essencial na jornada para a recuperação.

O Papel da Família no Tratamento

Geralmente, a primeira pessoa que nos procura para atendimento psicológico é um familiar próximo. As histórias que chegam são de dor, desesperança e sofrimento por não saber o que fazer para ajudar seu familiar que está viciado em jogos de azar. A partir deste primeiro acolhimento, oferecemos diversas orientações para que sirvam de incentivo para o jogador venha para um primeiro atendimento. Essa ponte entre o psicólogo – familiar – paciente é muito importante, pois dificilmente o jogador compulsivo irá buscar ajuda profissional sozinho. Em alguns casos acabam pedindo ajuda para um familiar (uma mãe, esposa…) e este nos procura para realizar um primeiro atendimento.

No dia a dia em casa, ter o apoio de familiares e amigos é fundamental para o bom andamento da terapia para o jogo patológico. Em determinada etapa é importante a presença de ao menos um familiar próximo para que possamos repassar as orientações e colher mais informações. Maridos, esposas, filhos, pais e mães, não importa quem será o guardião desta missão, mas saiba que é algo muito importante para a recuperação do seu ente querido ter você como um porto seguro!

Costumo colocar aos meus clientes que é preciso ter “rotas de fuga seguras”, que nada mais são do que 3 ou 4 pessoas chave, que não importando a hora do dia, as quais você poderá pedir ajuda.

Pode ser um amigo, uma namorada, uma mãe. Mas que seja uma pessoa orientada e que saiba quais estratégias seguir naquele momento de socorro. Sempre estamos disponíveis a marcar uma sessão, individualmente ou em conjunto, com uma ou mais dessas pessoas chave, escolhidas pelo cliente que está em terapia.

Buscando Ajuda: O Primeiro Passo Para a Recuperação

Se você ou alguém próximo está sofrendo com o vício em apostas esportivas, bets, tigrinho, aviãozinho ou cassinos online, saiba que há saída! O tratamento com um profissional qualificado pode ser o diferencial para recuperar o controle da sua vida financeira e emocional.

O psicólogo Leonardo Fd Araujo, em Curitiba, oferece atendimento especializado para ajudar pessoas que enfrentam esse problema. Não espere até que as consequências sejam irreversíveis. Entre em contato e dê o primeiro passo! Atendimentos presenciais em nosso consultório no Bigorrilho e On-line de onde você estiver, dentro e fora do Brasil!

Pode contar comigo!

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Para citações:

ARAUJO, Leonardo Fd. O Vício em Apostas Online: Como Buscar Ajuda? In: LEONARDO Fd Araujo | Psicologia. 19 mar. 2025. Disponível em: https://psicologoemcuritiba.com.br/2025/03/o-vicio-em-apostas-online-como-buscar-ajuda/  Acesso em:

Fontes:

  1. Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) – Pesquisa sobre o impacto das apostas esportivas no Brasil 2023
  2. Revista Lancet – Estudo sobre a relação entre jogos de azar e transtornos psicológicos. (The Lancet Public Health Commission on gambling – Nov 2024)

Microtraição: seu relacionamento pode estar em risco

 

Em um mundo conectado pelas redes sociais e pela constante comunicação digital, os relacionamentos podem estar em risco e cada vez mais expostos a novos desafios. Entre eles, surge a Microtraição, uma forma sutil de desvio emocional que pode corroer a base de confiança entre casais. Mas o que exatamente é a Microtraição, e como podemos reconhecê-la? Convido a acompanhar neste artigo, onde explico quais são os principais pontos da Microtraição:

Para ilustrar o tema, vamos utilizar uma situação fictícia para que fique claro de que forma acontece a Microtraição:

O Dilema de Pedro e Márcia

Pedro e Márcia estão casados há 12 anos e têm dois filhos pequenos (6 e 9 anos). Sempre tiveram um relacionamento baseado no respeito e na parceria. Porém, nos últimos meses, algo mudou. Márcia (38 anos), reencontrou em uma rede social Adriano (40 anos), um antigo amigo de escola. No início, as conversas eram esporádicas, cheias de nostalgia e lembranças da adolescência. Com o tempo, passaram a trocar mensagens com frequência, compartilhar confidências e trocar elogios nas redes sociais. Márcia curtia e comentava quase todas as fotos dele, enviava mensagens privadas elogiando sua aparência e seu estilo de vida. Aos poucos, ela começou a esperar ansiosa pelas trocas e a sentir um vínculo emocional crescente.

Pedro (39 anos), por outro lado, percebeu essa mudança sutil no comportamento da esposa. Ele notou que ela passava cada vez  mais tempo no celular. Algumas vezes, ao se aproximar, ela minimizava a tela ou bloqueava o telefone, sem que o marido pudesse participar. Intrigado e inseguro, ele acabou descobrindo as conversas por acaso quando viu uma notificação na tela do celular dela. Apesar de não encontrar nada explicitamente romântico ou sexual, as trocas de mensagens deixavam claro que Márcia estava emocionalmente envolvida com Adriano. Ao visitar o perfil deste homem, Pedro percebeu que Márcia havia curtido e até comentado em dezenas de publicações.

Desde então, Pedro sente um peso constante no peito. Ele não sabe como abordar o assunto e tem medo de parecer paranoico ou controlador. Para piorar, o casal está tendo intimidade de forma cada vez mais esporádica, chegam a passar semanas sem praticar sexo. Beijos e carinhos mais intensos também vão ficando mais raros. E a cada investida dele, a esposa não corresponde.

A angústia consome Pedro diariamente, e sua autoestima foi profundamente afetada. Ele começou a se sentir insuficiente, se perguntando se estava perdendo a conexão com a esposa. Sem coragem e energia para confrontá-la, Pedro mergulhou em um estado de tristeza e insegurança, questionando se isso era apenas um exagero de sua parte ou se realmente estava perdendo Márcia, mesmo sem que houvesse uma traição física. Ele viu pelas redes sociais e descobriu que Adriano era solteiro, sem filhos e que havia se divorciado recentemente. O que aumentou ainda mais sua apreensão!

Esse caso ilustra como a Microtraição pode ser devastadora, mesmo sem envolvimento carnal. O elo emocional que Márcia criou com outra pessoa, ainda que sem intenção de trair, acabou ferindo Pedro profundamente e abalando a confiança do casal. Situações como essa mostram a importância do diálogo e da definição clara de limites dentro do relacionamento.

Entendendo os detalhes e o que é Microtraição:

Tendo o exemplo acima em mente, vamos agora conversar um pouco sobre o tema, para que você reflita e entenda o que é Microtraição e se o seu relacionamento pode estar em risco:

A Microtraição refere-se a pequenos atos que, à primeira vista, podem parecer inofensivos, mas que, quando analisados mais profundamente, podem sinalizar um afastamento do compromisso emocional no relacionamento. Esses comportamentos incluem desde conversas secretas até interações online que são escondidas do(a) parceiro(a). A percepção da Microtraição varia entre indivíduos e culturas, o que é aceitável para um casal pode ser considerado uma traição para outro.

No caso fictício, Pedro acabou descobrindo detalhes e a extensão da situação, o que acabou piorando ainda mais a situação. Em sua cabeça o cenário estava traçado para perder Márcia, uma fez que Adriano estava divorciado, bem financeiramente e estava com uma conexão emocional forte com sua esposa.

O que não podemos, jamais, é normalizar essa troca de mensagens com outras pessoas, escondendo e desviando a verdade, como sendo algo normal e saudável. Não é! Pois um dos pilares fundamentais de um relacionamento é justamente a confiança e a cumplicidade! É importante lembrar que esses pequenos atos podem ter grandes impactos, principalmente se não forem discutidos de forma aberta. Pode desencadear até mesmo em uma separação!

Sinais Comuns de Microtraição

A Microtraição pode se manifestar de diversas formas, e reconhecer esses sinais pode ser o primeiro passo para lidar com o problema. Alguns exemplos incluem:

Esconder ou omitir Interações: A pessoa passa a ocultar conversas no Instagram ou contatos online no Whatsapp, por exemplo. Usar senhas para impedir que o parceiro veja mensagens, ou minimizar a tela do celular quando o outro se aproxima. Ter mais de um perfil para conversar com outras pessoas. Apagar o conteúdo de conversas para que não fiquem registradas. Enfim, toda forma de ocultar esse comportamento.

Flerte Virtual: Curtidas e comentários sugestivos em fotos de outras pessoas, trocar mensagens mesmo sem segundas intenções. Aquele “inocente” coraçãozinho ou comentário no Instagram de outra pessoa, qual é a função daquilo? Tem alguma outra intenção? Se o seu parceiro(a) visse iria entender? Questione o seu comportamento!

Comparações Desfavoráveis: Comparar o(a) parceiro(a) com outras pessoas de forma negativa, como “Fulano faria isso melhor” ou “Ciclano nunca reclamaria disso”. A comparação econômica também, ao ver que “Beltrano está viajando para Europa” ou “Comprou um carro lindo”, e seu parceiro(a) não faz. As redes sociais são um extrato, bastante idealizado, da realidade. Ter acesso a apenas fragmentos da vida alheia não lhe dará a ideia do todo. Reflita se estiver fazendo comparações sociais e econômicas, mesmo que seja algo velado ou não falado.

Intimidade Emocional com Terceiros: Compartilhar detalhes íntimos do relacionamento com colegas ou amigos, em vez de discutir ou dividir com o(a) parceiro(a). Abrir pontos do relacionamento a terceiros pode acabar sendo uma verdadeira armadilha para o casal.

Ligação emocional com outras pessoas além do parceiro(a): De forma a pensar em vários momentos, querer conversar e até mesmo em detrimento de estar ou passar um tempo com o(a) parceiro(a) atual preferir conversar com outra pessoa. Neste ponto o casal pode, até mesmo, se afastar sexualmente e ter cada vez menos momentos de intimidade. A libido acaba sendo direcionada para fora do relacionamento o que pode aumentar ainda mais a desconexão do casal.

Lidando com o assunto no consultório durante a terapia

No dia a dia do consultório, é fácil perceber que esses “pequenos comportamentos” podem gerar insegurança e abalar a confiança dos casais, especialmente se repetidos ou ignorados em conversas sobre os limites do relacionamento.

Recebo com frequência homens e mulheres que descobriram essas interações “secretas” de seus parceiros. Muitas vezes o medo, a insegurança e as dúvidas fazem com que fiquem em silêncio. A ideia de não querer parecer paranoico ou controlador, reforça isso. Assim como é complexo lidar com uma traição “convencional”, lidar com a Microtraição também é um grande desafio para quem está sendo traído e deixado de lado.

Com o emocional abalado, sem forças para lidar com o que acontece, é frequente encontrar quadros de início de depressão. A pessoa ganha ou perde peso, passa a se cuidar menos, o sono cada vez pior e fica frequentemente doente. O emocional e os assuntos não resolvidos acabam sendo somatizados no corpo.

Fazer o resgate de quem está em sofrimento é um grande desafio na terapia! O primeiro passo é buscar ajuda, entender como estão seus limites emocionais e como tudo isso está interferindo na sua vida. Estar aberto a pensar e refletir, com uma terceira pessoa, no caso o psicólogo, sobre a situação atual do relacionamento e os possíveis desdobramentos.

Com o resgate psicológico em andamento na terapia, é hora de cuidar da autoestima! Cortar o cabelo, cuidar da pele, voltar a fazer atividades físicas e regenerar a saúde física e mental. Criar forças e energia, pois será preciso resolver o que está acontecendo no relacionamento!

Como Lidar com a Microtraição

Reconhecer os sinais é apenas o primeiro passo. Lidar com a Microtraição requer uma abordagem cuidadosa e um esforço conjunto do casal para reconstruir a confiança. Autoconhecimento e reflexão são essenciais para entender seus próprios limites e valores.

Pergunte-se o que é aceitável para você e quais comportamentos o incomodam. Diálogo aberto e honesto também desempenha um papel crucial, é importante reservar momentos para conversar sobre inseguranças e desconfortos.

Além disso, a comunicação não-violenta pode ajudar a expressar suas necessidades de maneira clara e respeitosa, evitando ataques pessoais e fortalecendo a compreensão mútua. Outro ponto fundamental é o estabelecimento de limites: juntos, vocês devem definir comportamentos que são inaceitáveis e prejudiciais ao relacionamento. Em muitos casos, a ajuda de um profissional de psicologia pode ser necessária.

É preciso criar estratégias e até um freio a comportamentos que minem e destruam o relacionamento. Fazer terapia é uma excelente ferramenta para reconstruir a confiança e promover uma comunicação mais clara e eficaz.

 

Para quem está praticando a Microtraição, algumas palavras:

A adrenalina e o mistério envolvidos nessa situação podem até parecer empolgantes no momento. O flerte discreto, as conversas escondidas e até mesmo a ideia de uma possível traição consumada criam uma ilusão de novidade e excitação. Mas já parou para pensar no que realmente está em jogo?

Saiba que a traição emocional pode ser tão devastadora para um relacionamento quanto a traição física. Por experiência clínica, percebo que muitas pessoas consideram o envolvimento emocional com outra pessoa até mesmo mais doloroso do que a infidelidade sexual, pois afeta diretamente a confiança e a segurança dentro da relação.

Relacionamentos têm altos e baixos, e alguns chegam ao fim naturalmente. No entanto, o grande problema aqui não é apenas a possibilidade de um término, mas sim a inconstância e a incerteza que esse tipo de comportamento gera entre você e seu parceiro(a). Será que vale a pena arriscar a estabilidade e o respeito construídos ao longo do tempo por momentos passageiros de euforia? Se você sente necessidade de buscar conexão fora do relacionamento, talvez seja hora de refletir sobre o que realmente deseja e, se necessário, buscar ajuda de um psicólogo para entender melhor seus sentimentos e tomar decisões mais conscientes.

Psicologia nas telas: O Impacto da Microtraição nos Relacionamentos

Embora a Microtraição possa parecer trivial, ela tem o potencial de criar rachaduras profundas na confiança de um casal. No filme Amor a Toda Prova (Crazy, Stupid, Love, 2011, dirigido por Glenn Ficarra e John Requa), vemos como pequenos desvios no comportamento de Cal (Steve Carell) e Emily (Julianne Moore) geram grandes conflitos. O distanciamento emocional, as mentiras não ditas e as comparações entre o relacionamento e outras pessoas resultam em uma crise no casamento. A história ilustra como a confiança pode ser abalada por comportamentos aparentemente pequenos, mas carregados de significados ocultos e segundas intenções.

Aqui estão alguns dos principais impactos da Microtraição que podemos refletir com este filme:

Erosão da Confiança: Pequenos atos, como esconder mensagens ou flertar com outras pessoas, podem gerar dúvidas e insegurança, levando à desconfiança constante.

Distanciamento Emocional: Quando a confiança é rompida, o casal pode sentir uma desconexão emocional, prejudicando a intimidade e o senso de cumplicidade.

Desconexão emocional: É um veneno para o relacionamento. Os dias vão passando, a “poeira” vai ficando pelos cantos e o casal fica cada vez mais distante. Até que um dia, o lado que pratica a microtraição é descoberto.

Conflitos Frequentes: As discussões sobre esses comportamentos podem se intensificar, gerando ressentimento e mágoa.

Conclusão

A Microtraição pode parecer inofensiva, mas seus efeitos podem ser devastadores para a confiança em um relacionamento. O segredo para lidar com esse desafio é a honestidade, o respeito e a abertura para o diálogo. Reconstruir a confiança é um processo, mas é possível com esforço mútuo e, quando necessário, a ajuda de um profissional.

Não deixe que o seu interesse em conversar ou ter amizades interfira no seu relacionamento. Combinem o que pode e o que não pode, ao invés de esconder e deixar a relação atual em segundo plano. Esteja pronto a recalcular o que o seu relacionamento atual significa e o quanto vale lutar por ele.

Não podemos entender ser normal trocar mensagens com outras pessoas e esconder, completamente, esse comportamento do(a) parceiro(a). Normatizar isso é um veneno para a vida dos casais e as redes sociais estão aí para mostrar. Quantas pessoas você conhece que já brigaram por contatos online? Pois é, perceba se você não poderá ser a próxima pessoa a passar por isso!

O ponto que fica e que gostaria que você absorvesse é que a Microtraição pode ser uma porta aberta, um caminho para a traição, a infidelidade conjugal, o estar fisicamente e ter intimidade sexual com outra pessoa fora do relacionamento. Questione-se sempre o que estiver fazendo, pois muitas vezes não há mais volta. Jogar fora uma relação de anos, com pequenos filhos,  por uma simples aventura, é isso mesmo que você procura?

Está enfrentando dificuldades no seu relacionamento? Agende uma consulta e vamos trabalhar juntos para fortalecer sua relação e superar os desafios emocionais que podem estar minando a confiança!

Mensagem final:

Histórias como a de Pedro e Márcia são mais comuns do que se imagina, independente de gênero ou orientação sexual. No consultório, atendo frequentemente clientes que enfrentam dilemas como esse – tanto aqueles que se sentem traídos emocionalmente quanto os que não percebem o impacto de suas atitudes na saúde emocional do parceiro(a) e do relacionamento. A Microtraição pode parecer inofensiva à primeira vista, mas seus efeitos podem ser profundos, dolorosos e com graves consequências! Se você se identificou com essa situação, seja na posição de Pedro ou de Márcia, talvez seja hora de refletir sobre os limites do seu relacionamento e, se necessário, buscar ajuda profissional para trabalhar essas questões, a fim de restaurar a confiança e a conexão no casal. O mais importante é não sofrer em silêncio, procurar um psicólogo pode te ajudar a entender melhor o que está acontecendo!

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Para citações:

ARAUJO, Leonardo Fd. Microtraição: seu relacionamento pode estar em risco. In: LEONARDO Fd Araujo | Psicologia. 10 mar. 2025. Disponível em: https://psicologoemcuritiba.com.br/2025/03/microtaicao/  Acesso em:

Brain Rot o que é

Brain Rot é eleita palavra do ano: o que isso tem a ver com saúde mental?

 

Você já se pegou sentindo a mente pesada, como se estivesse estagnada, após horas rolando sem parar o feed do Instagram ou TikTok? Pois é, esse fenômeno tem nome: brain rot. E o termo, que pode ser traduzido como “cérebro apodrecido” ou “atrofia mental”, foi escolhido como a Palavra do Ano de 2024 pelo Dicionário de Oxford. Mais de 37 mil pessoas votaram e coroaram um termo que é praticamente o símbolo da era digital.

O que é Brain Rot?

O Dicionário de Oxford define brain rot como a deterioração do estado mental ou intelectual, causada pelo consumo excessivo de conteúdo considerado superficial ou pouco desafiador — basicamente, o efeito colateral de mergulhar em horas de vídeos curtos, memes e atualizações intermináveis.

Embora tenha ganhado popularidade recentemente, o conceito de brain rot não é tão novo. A expressão remonta ao escritor Henry David Thoreau, que em 1854 já criticava o desinteresse da sociedade por pensamentos profundos em favor de ideias simplórias. No clássico Walden, ele questionava: “Enquanto tentamos curar a praga da batata, quem tentará curar a praga do cérebro?”.

Uma Epidemia Moderna

O termo ressurgiu com força nos últimos anos, acompanhando o aumento das preocupações com o impacto do uso excessivo das redes sociais. As consequências não são apenas teóricas: uma provedora de saúde nos EUA já oferece tratamento para brain rot, alegando que a condição pode provocar sintomas como neblina mental, falta de energia, dificuldade de concentração e queda no desempenho cognitivo.

E o que causa isso? O excesso de tempo online, especialmente consumindo conteúdo de baixa qualidade ou passando de notícia ruim em notícia ruim. Os especialistas sugerem que práticas como limitar o tempo nas redes sociais e fazer um detox digital podem ajudar a prevenir o problema.

O Reflexo das Novas Gerações

O que torna brain rot tão interessante é o fato de que as gerações Z e Alpha adotaram o termo com uma dose de ironia. Mesmo sabendo que as redes sociais podem prejudicar a saúde mental, essas comunidades amplificaram o uso do termo no próprio ambiente que contribui para o problema.

Casper Grathwohl, presidente do departamento de linguagens de Oxford, destacou essa autoconsciência: “A escolha de brain rot reflete uma irreverência e uma percepção crítica das gerações mais jovens sobre os desafios digitais que enfrentam”.

Um Espelho da Cultura Digital

Além de brain rot, outras finalistas na votação incluíam palavras como lore (histórias ou mitos que ajudam a entender algo profundamente), romantasy (uma mistura de romance e fantasia) e slop (conteúdo de baixa qualidade gerado por IA). A popular demure, que bombou no TikTok, também estava entre as candidatas.

No ano passado, o termo escolhido foi rizz, gíria que define o “carisma” ou habilidade de flertar. Mas brain rot traz um novo foco para 2024: a urgência de discutir o impacto das nossas rotinas digitais.

O Que Isso significa para você e sua saúde mental?

Se você já sentiu que seu cérebro precisava de um reboot após um mergulho profundo nas redes sociais, talvez seja hora de reavaliar o seu tempo online. A palavra do ano é mais do que um simples termo — é um convite para refletir sobre a qualidade do conteúdo que consumimos e, principalmente, como usamos nosso tempo e energia mental.

 

Como anda sua saúde mental digital? Que tal levar esse tema para a sua SIPAT? Contrate um Psicólogo Palestrante e aproveite para abordar o Janeiro Branco em sua empresa!

Apresentamos palestras onde abordamos assuntos essenciais da vida digital, trazendo reflexões e estratégias práticas para lidar com os desafios modernos, como:

  • Vício em bets e apostas online: entenda os riscos e saiba como manter o controle.
  • Vida digital e o uso consciente das tecnologias: encontre o equilíbrio entre o online e o offline.
  • Trabalho remoto, vida digital e bem-estar: como manter a saúde mental e a produtividade em meio às demandas digitais.

Conheça nosso portfolio de palestras e um pouco de nossa história trabalhando em diversos segmentos em Curitiba, Região Metropolitana e por todo o Brasil.  Juntos podemos promover um ambiente mais saudável e consciente aos seus colaboradores!
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Para citações:

ARAUJO, Leonardo Fd. Brain Rot é eleita palavra do ano: o que isso tem a ver com saúde mental? In: LEONARDO Fd Araujo | Psicologia. 4 dez. 2024. Disponível em: https://psicologoemcuritiba.com.br/2024/12/brain-rot/

Ghosting: O Silêncio Ensurdecedor que Ecoa no Coração

 

Um novo fantasma ronda os relacionamentos atuais: o ghosting

Em tempos de conexões instantâneas e conversas rápidas, essa prática tem se tornado frequente, que consiste em desaparecer subitamente da vida de alguém sem dar explicações, tem se tornado cada vez mais comum, deixando para trás um rastro de dúvidas, inseguranças e corações feridos. Ghosting é um termo inglês que se refere ao ato de ignorar alguém sem dar explicações ou aviso prévio. A palavra deriva de “ghost”, que significa “fantasma” em português. Mas como entender esse comportamento que transforma o silêncio em uma presença incômoda e dolorosa?

Imagine a seguinte situação: você conhece alguém interessante, a conversa flui, a conexão parece promissora. O palco pode ser um aplicativo de relacionamento como o Tinder, ou até mesmo alguém que você conheceu de outra forma. Mensagens são trocadas diariamente, emojis apaixonados colorem a tela do celular, planos começam a ser traçados. Então, do nada, o silêncio. Mensagens visualizadas e não respondidas, ligações que caem na caixa postal, a presença online que se torna um fantasma. Você tenta entender o que aconteceu, revira as conversas em busca de um sinal, uma pista, uma justificativa. Mas o silêncio é a única resposta. Você se torna um detetive investigando migalhas de atenção, torturado pela falta de um ponto final.

O ghosting, apesar de aparentemente simples e indolor para quem o pratica, pode ter um impacto profundo na saúde mental e emocional de quem é ignorado.

A falta de uma explicação clara gera um turbilhão de sentimentos conflitantes:

Rejeição: A sensação de descarte, de não ser importante o suficiente para merecer ao menos uma despedida.
Insegurança: “O que eu fiz de errado?”, “Eu não sou suficientemente bom?”. As dúvidas corroem a autoestima, gerando ansiedade e insegurança nas próximas relações.
Culpa: A tendência natural é buscar as razões para o sumiço em si mesmo, questionando atitudes e comportamentos. “E se eu tivesse dito ou feito algo diferente?”.
Dificuldade em seguir em frente: Sem um ponto final, a mente cria cenários e expectativas, alimentando a esperança de uma reconciliação que dificilmente virá. A ferida fica aberta, atrapalhando a superação e a possibilidade de novos encontros.

Lidando com o fantasma do silêncio:

A situação foge do controle, por mais que a pessoa queira manter contato, do outro lado só o silêncio. É importante refletir sobre alguns pontos para tentar minimizar os danos emocionais.

• Reconheça seus sentimentos: Negar a dor ou minimizar a importância do que aconteceu só irá prolongar o sofrimento. Permita-se sentir a tristeza, a raiva, a frustração. Toda reparação, toda a cura emocional precede algum nível de dor. É importante vivenciar isso e entender o caminho a seguir.
• Quebre o ciclo da culpa: O ghosting diz mais sobre quem o pratica do que sobre quem é ignorado. Lembre-se que você não pode controlar as ações do outro, apenas as suas. Nesse sentido, libertar-se de sentimentos de insuficiência, ou mesmo de “não sou tão bom para a pessoa” é um caminho para quebrar esse ciclo.
• Estabeleça limites: Se a pessoa reaparecer como se nada tivesse acontecido, converse abertamente sobre o ocorrido e seus sentimentos. Deixe claro que esse tipo de comportamento é inaceitável para você. A autopreservação deve ser uma tônica, pois assim, com você em primeiro lugar, fica mais fácil dizer não!
• Concentre-se em sua recuperação: Invista em atividades prazerosas, fortaleça os laços com amigos e familiares, e procure ajuda de um psicólogo se sentir necessidade. A terapia pode te ajudar a lidar com as emoções dolorosas, a reconstruir sua autoestima e a desenvolver relacionamentos mais saudáveis.

Ghosting nas telas:

“Ele” (Her, 2013) de Spike Jonze.
O filme, estrelado por Joaquin Phoenix (Theodore), explora a relação de um homem solitário com um sistema operacional dotado de inteligência artificial chamado Samantha (voz de Scarlett Johansson). Apesar de não ser o tema central, o filme ilustra de forma sensível o impacto de um “desaparecimento” abrupto em um relacionamento, mesmo que nesse caso seja um sistema operacional quem rompe o contato.

Conclusão:
O ghosting, embora pareça ser uma prática simples e cada vez mais comum na era digital, deixa marcas profundas naqueles que o vivenciam. É fundamental romper o silêncio que aprisiona a dor do ghosting, acolhendo os sentimentos, ressignificando a culpa e reconhecendo o valor próprio. Buscar apoio profissional pode ser o primeiro passo para trilhar um caminho de cura, aprendendo a construir relações mais saudáveis e conscientes, livres do fantasma do silêncio.

No consultório o tema é bastante frequente, o mais importante é falar, trabalhar a questão de forma saudável a fim de supera-la! Lembre-se: você merece respeito, clareza e afeto genuíno em suas relações. Não hesite em buscar ajuda para superar as feridas do ghosting e abrir seu coração para conexões mais autênticas. Agende uma consulta e descubra como a terapia pode te auxiliar nesse processo! Pode contar comigo!

 

Leonardo Fd Araujo – Doctoralia.com.br
Leonardo Fd Araujo
Psicólogo em Curitiba CRP 08/10907
Terapia | Terapia Online | Palestras
Avaliação Psicológica para Vasectomia
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41 – 9.9643-9560
Atendimento presencial e online
Bigorrilho, Curitiba – PR

Artigo : Um novo fantasma ronda os relacionamentos atuais: o ghosting

Medo do compromisso ou medo de se relacionar

O Impacto do Medo do Compromisso nos Relacionamentos: Quando o Amor Encontra a Insegurança

  • Artigo publicado em: 27 junho, 2024
  • Categorias:

 

O amor, em sua essência, é uma força poderosa que nos impulsiona a buscar conexão e intimidade. No entanto, para algumas pessoas, a busca por um relacionamento duradouro e significativo pode se transformar em uma batalha interna, marcada pelo medo do compromisso. Esse medo, muitas vezes inconsciente, pode sabotar a felicidade e impedir a construção de vínculos saudáveis, criando um ciclo de insegurança e sofrimento. Neste artigo vamos falar um pouco mais sobre o que é o medo do compromisso e como ele se manifesta.

Compreendendo o Medo do Compromisso

O medo de se relacionar é uma resposta emocional complexa que pode ter raízes em experiências passadas, crenças negativas sobre o amor e a intimidade, ou ainda em questões de autoestima e autoconfiança. Pessoas com esse medo podem ter dificuldade em se abrir para outras pessoas, em confiar plenamente em um parceiro e em se entregar à ideia de um relacionamento a longo prazo.

O medo do compromisso pode ser um reflexo de traumas de relacionamentos anteriores, como a perda de um ente querido ou a experiência de um rompimento doloroso. Em outras situações, esse medo pode estar ligado a crenças negativas sobre o amor, como a crença de que o amor é uma ilusão ou que as pessoas são incapazes de amar verdadeiramente.

Sinais do Medo do Compromisso

Durante quase duas décadas de atendimento clínico, fica claro perceber que o medo do compromisso se manifesta de formas diversas, e algumas pistas podem indicar sua presença em um relacionamento:

• Sabotar a intimidade: Distanciamento emocional, evitação de conversas profundas e recusa em se entregar completamente à relação.
• Fugir do compromisso: Adiar a oficialização do relacionamento, evitar assuntos sérios como futuro e casamento, e ter dificuldade em se comprometer com planos a longo prazo.
• Criar barreiras: Buscar defeitos no parceiro, levantar desculpas para evitar a intimidade, e projetar inseguranças e medos sobre a relação.
• Sentir-se preso e sufocar a relação: O medo de perder a liberdade e a autonomia pode levar a uma necessidade de controle e de afastamento constante.
• Nas redes sociais e aplicativos: a prática do ghosting, deixando a pessoa “no vácuo”, sem respostas. Alguns conhecem como “dando um gelo”.  Ou, até mesmo, demorar horas ou dias para responder. Esse tipo de postura pode ser extremamente prejudicial emocionalmente, pois abre brechas para que a pessoa que está sendo desprezada pense um milhão de possibilidades.

O Impacto nas Relações

O medo do compromisso pode ter um impacto devastador nos relacionamentos, criando um ciclo vicioso de insegurança e frustração. Tomar consciência destes pontos é o primeiro passo para lidar com a questão:
• Incerteza e confusão: A falta de clareza sobre o futuro e a instabilidade gerada pelo medo podem gerar ansiedade e insegurança para ambos os lados.
• Dificuldade de comunicação: A dificuldade em se abrir e em se comunicar abertamente sobre os medos e as necessidades cria um abismo entre os parceiros.
• Distanciamento e conflitos: A constante necessidade de distância e o medo de se comprometer podem levar a brigas e a um afastamento progressivo.
• Ruptura: A incapacidade de superar o medo do compromisso pode levar ao término do relacionamento, gerando sofrimento e culpa.

Buscando ajuda profissional:

Você consegue se identificar com esse medo de se comprometer? É comum se sentir inseguro e achar difícil ser vulnerável em um relacionamento profundo. No entanto, tenha certeza de que você não precisa percorrer essa jornada sozinho. A terapia pode servir como uma ferramenta crucial para ajudá-lo a enfrentar esses desafios e cultivar relacionamentos mais saudáveis e gratificantes.

Por meio da terapia, você terá a oportunidade de mergulhar nas origens do seu medo, desvendando experiências passadas e crenças negativas que podem estar contribuindo para essa sensação de insegurança. Com a orientação psicológica, você pode aumentar a autoconfiança e sua percepção de valor próprio, superando o medo de receber amor e abraçar um relacionamento comprometido.

Durante a psicoterapia, você também tem a possibilidade de se equipar com ferramentas essenciais para melhorar a comunicação. Você poderá aprender a expressar seus sentimentos e necessidades de forma clara e assertiva, fortalecer a comunicação no relacionamento e construir confiança mútua. E, ainda, poderá identificar e modificar padrões de comportamento que sabotam a intimidade e a conexão, abrindo espaço para relações mais autênticas e profundas.

A psicoterapia oferece um espaço seguro e acolhedor para você se conectar com seus sentimentos, explorar suas inseguranças e construir uma base sólida para relacionamentos saudáveis e duradouros. Se você busca construir relações mais plenas e significativas, a terapia pode ser um passo crucial nessa jornada.

Reflexões na Tela:

Sempre gosto de trazer exemplos de filmes e documentários para indicar aos meus clientes. É uma forma simples e direta e trabalharmos com os temas da psicologia ou para abordar questões trabalhadas em sessão. Deixo para vocês uma dica de filme sobre o assunto.

“Um Dia” (One Day – 2011), dirigido por Lone Scherfig, filme que aborda o tema do medo do compromisso de forma interessante, que pode servir de ponte para refletir sobre o assunto.

medo do compromisso ou medo de se relacionar

O filme conta a história de Dexter Mayhew (Jim Sturgess) e Emma Morley (Anne Hathaway), dois jovens que se conhecem no dia da formatura da faculdade e se reencontram todos os anos no dia 15 de julho. Ao longo dos anos, a relação deles evolui entre amizade, paixão e frustração, marcada pelo medo do compromisso de ambos. Dexter, um homem charmoso e popular, tem dificuldade em se comprometer com um relacionamento sério, buscando apenas relacionamentos superficiais. Emma, por outro lado, se apaixona profundamente por Dexter, mas tem medo de se machucar e de ser rejeitada.

O filme explora com sensibilidade as nuances do medo do compromisso, mostrando como ele pode afetar a vida de diferentes pessoas, e como a busca por segurança e estabilidade pode se chocar com a necessidade de liberdade e independência. O filme oferece uma visão realista e inspiradora sobre os desafios do amor, da amizade e do crescimento pessoal, mostrando que a jornada para encontrar o amor verdadeiro pode ser longa e complexa, mas recompensadora.

Concluindo:

O medo do compromisso é um desafio real que pode afetar a vida de muitos. Mas a boa notícia é que, com apoio profissional e trabalho pessoal, é possível romper com os padrões de insegurança, fortalecer a autoestima e construir relacionamentos saudáveis e duradouros. Se você se identifica com esse medo, procure ajuda profissional! Abrir-se para a psicoterapia pode ser um passo crucial para desvendar os bloqueios internos do medo de se relacionar e trilhar o caminho do amor e da felicidade. Pode contar comigo! Agende sua consulta!

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