Haters e lovers causam polêmicas nas redes sociais

  • Artigo publicado em: 12 setembro, 2015
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Foi com grande satisfação que recebi o convite da jornalista Thatiana Bueno para participar desta matéria. Foi veiculada no Caderno Viver Bem da Gazeta do Povo. É um prazer falar sobre internet e redes sociais! Precisamos, mais do que nunca, usar as tecnologias de forma consciente e responsável. No que eu puder ajudar a sociedade neste ponto, farei. 
 
Segue a íntegra da matéria abaixo! Se quiser ler outras matérias e entrevistas que participei visite este link: 
 
 
“Haters” e “lovers” causam polêmicas nas redes sociais
Especialistas em mídias virtuais falam sobre o fenômeno e dão dicas de como reagir 
a superexposição que cresce na velocidade da luz
Thais Marques (à esq.), Marina Fabri e Sabrina Olivetti, do blog curitibano Coisas de Diva: 
 muitos elogios, porém volta e meia surgem críticas furiosas. Foto: Divulgação.
 
Por 
THATIANA BUENO
 
exclusivo para 
Gazeta do Povo – Caderno Viver Bem
12 DE SETEMBRO DE 2015
Em tempos de tanta opinião e interatividade, especialmente nas redes sociais e nos espaços destinados a comentários em sites de notícias e blogs, manifestações usualmente anônimas e carregadas de polêmica e de intensidade crescem na velocidade da luz. Para quem escreve esses comentários a gíria da internet chama de “haters” os que amam odiar, e de “lovers” os tão amorosos. E há ainda os “trolls”, aqueles que desestabilizam uma discussão, com tom provocativo e enfurecendo os envolvidos.
 
Sabrina Olivetti, Thais Marques e Marina Fabri, do blog curitibano Coisas de Diva, convivem o tempo todo com esses perfis de seguidores. Depois de quase sete anos de atuação, hoje elas têm mais de 2 milhões de visualizações mensais no blog, cerca de 860 mil visualizações mensais no aplicativo para smartphones, 155 mil fãs no Facebook, 105 mil seguidores no Instagram, 50 mil seguidores no Twitter e mais de 25 mil seguidores no canal do Youtube. São números impressionantes que, obviamente, geram alta interação.
 
E elas costumam ler cada comentário feito (que em boa parte leva o nome e a foto de quem escreveu). São muitos elogios, porém volta e meia surgem críticas também. “Se for algo que realmente é um erro ou descuido da nossa parte, buscamos melhorar. Porém, certas vezes trata-se apenas de uma ofensa gratuita”. Thais percebe que, infelizmente, algumas pessoas acreditam que os comentários online não têm o mesmo peso de algo feito na “vida real”. E enfatiza o fato de os comentários poderem ser anônimos, pois a pessoa só precisa colocar um nome e um e-mail para comentar, mas pode inventar o que quiser. Fica fácil ser rude sem mostrar a face.

Fernanda Musardo, consultora de mídias sociais, lembra que “tudo na internet é sempre um exagero. Amor, ódio, alegria, tudo para parecer mais do que é. A finalidade disso sempre é satisfazer o próprio ego”. Leonardo Fd Araujo, psicólogo em Curitiba, reforça que o hater pode ser também quem pratica cyber bullying, pois “as redes sociais expuseram ainda mais essa faceta do ser humano. As tecnologias em uso são muito novas, em termos históricos os pouco mais de 20 anos de internet, 10 anos de redes sociais e sete anos de smartphones são apenas um suspiro. Ainda estamos aprendendo a lidar”.
 
Haters gonna hate
 
O termo hater veio de “haters gonna hate”, bastante popular na internet pelos memes engraçados, e a expressão por sua vez surgiu de uma música de hip-hop da banda 3LW (3 Little Women), em meados dos anos 2000. Desde então, segundo Fernanda, hater virou uma gíria para expressar uma pessoa odiosa, ou irritante mesmo, que geralmente se protege pelo anonimato e gosta de ‘atacar’ com palavras, busca expor seu “alvo” publicamente, o desvaloriza. A expressão “odiadores irão odiar” costuma ser associada à atitude de não dar importância para o que vão falar – ou odiar – porque vão fazer isso você querendo ou não.
A postura de não se importar com os haters costuma dar certo porque, alerta Fernanda, “eles precisam da atenção dos outros. Não ceder às provocações e ignorar costuma ser a melhor arma para não dar audiência”. Leonardo faz coro e avisa que se o hater entende que atingiu o alvo, e isso foi percebido por outras pessoas, ele continuará.
 
As três bloggers aprenderam a lidar com as críticas após respirar fundo, dar um tempo e voltar a ler mais tarde com o sangue frio, sem impulsividade. Assim conseguem analisar se a crítica é construtiva ou apenas ofensa gratuita. Muitas vezes, suas leitoras entraram na conversa para defendê-las antes mesmo de reagirem. “Tivemos haters anônimos, que não sabiam que nós temos o controle de quem comenta pelo IP de seu computador. Houve casos de meninas que elogiavam em um post e depois vinham xingar com outro nome. Identificamos e bloqueamos quem fazia isso”, revelam. Elas costumam tomar medidas para que a pessoa não possa comentar mais.

Da mesma forma age o médico Marcelo Arantes – conhecido como Dr. Marcelo. Durante painel no Curitiba Social Media (CSM), realizado em agosto, ele comentou que em seu Twitter utiliza “o block que liberta” e também recorre ao “silenciar”, quando as postagens de um usuário deixam de aparecer na sua linha do tempo, mas é possível continuar seguindo-o. “Assim a pessoa acha que você está lendo, e às vezes é só isso que ela precisa”.
Muito amor
 
Há quem odeie, mas há muito amor na rede também, como os “brand lovers”, que são pessoas embaixadoras de diversas marcas. Recentemente, a atriz Juliana Paes declarou que as redes sofrem um efeito “espelho da Branca de Neve”, em que todo mundo está lá para ouvir que é lindo. A consultora afirma que até se deve dar alguma atenção ao comentário “meloso demais”, mas não “dar muita corda”. Se amor e ódio são intensos da mesma maneira nas redes, o equilíbrio é sempre a melhor saída, inclusive para absorvê-los. “No caso de uma enxurrada de comentários apoiando determinada atitude, a influência que se tem é de continuar naquele caminho (mesmo em uma atitude considerada perigosa, como o ultraemagrecimento – vide os casos de obsessivas por “barrigas negativas” – ou a realização abusiva de cirurgias plásticas e de modificações corporais), ou ainda desencadear um “vício” por elogios. Perceber que chamamos atenção, que somos queridos e amados, isso contagia”, garante o psicólogo Leonardo. Ele ainda comenta que, às vezes, é preciso ter receio mais dos elogios deslavados, que podem sim esconder segundas intenções, do que de um ataque, que diz de cara a que veio. A característica da radicalidade costuma ser a mesma em lovers e haters.
 
Casos polêmicos
 
Listamos alguns casos públicos recentes que repercutiram não pelo post em si, mas pelos comentários a partir do post:
 
Fernanda e as babás
 
 
Fernanda Lima postou no seu Instagram uma foto de duas babás que trabalham para ela com o intuito de destacar o estilo delas. Na legenda: “aqui em casa não tem essa de babá vestida de branco! Ó o grau das mina!”. Porém, pelo fato de as babás Angela Dias e Tayane Dias serem negras, a apresentadora recebeu diversas críticas, até com alusão à escravidão. As babás responderam on-line, mas Fernanda não se deu ao trabalho.
 
 
Bela Gil e cúrcuma
 
 
A apresentadora Bela Gil usou o seu perfil no Facebook para dar algumas dicas sobre o cuidado dentário da filha utilizando um tempero em pó chamado cúrcuma no lugar da a pasta de dentes . Choveram críticas como se ela estivesse fazendo alguma coisa errada, ou até cometendo um crime.
 
 
Madonna e os filhos
 
A cantora Madonna, ainda que já tenha sido polêmica diversas vezes, postou em seu Instagram uma imagem em que aparece deitada no chão recebendo uma massagem dos filhos adotivos David Banda e Mercy James. Na legenda: “Amor de mãe… é como vou passar o dia. Mercy e David fazem a melhor massagem para os pés”. Não demorou para ela começar a ser criticada e chamada de racista, pois seus filhos são negros.
 
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/comportamento/amor-e-odio-sem-medida/

Leonardo Fd Araujo
Psicólogo em Curitiba CRP 08/10907
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Bigorrilho, Curitiba – PR