Brasil 1 X 7 Alemanha – o que podemos dizer?

 
Podemos resumir a atuação da seleção brasileira nesta Copa como um misto de improviso, instabilidade emocional e um treinador que não fez as escolhas certas. Desde o primeiro jogo via-se que algo não estava bem.
 
Sem dúvida alguma haveria pressão por jogar em casa, mas eles são atletas de elite, devem ser preparados para tal. Será foi isso que faltou? Provavelmente sim. 
 
Depois da choradeira no jogo das oitavas de final contra o Chile a seleção demonstrou claramente estar no fio da navalha, a psicóloga da seleção foi chamada. Nos bastidores comentou-se que houve muita resistência por parte dos jogadores para se engajar no trabalho proposto por ela. 
 
 
Fomos para mais um jogo contra a Colômbia, e nele perdemos a peça chave do time, o jogador Neymar. O que era ruim, ficou ainda pior no quesito emocional e psicológico. Não tenho dúvidas que a equipe se abateu. Mas novamente levanto: são atletas de elite, precisam estar preparados.
 
Os dias que antecederam o jogo fatídico contra a Alemanha foram uma crônica de uma tragédia anunciada. SIM! Ou alguém achou que depois de todas as demonstrações que algo não ia bem seríamos capazes de passar pelo forte time alemão?
 
A fórmula da catástrofe foi a seguinte: 
– um time instável emocionalmente
– pouquíssimo treino na nova formação pós lesão do Neymar; 
– na véspera do jogo, ao invés de usar o tempo para algo criativo, o time foi atendido por um cabeleireiro; 
– a pressão de jogar em casa e de não fazer feio;
– a pressão por já ter uma “mão na taça”, postura colocada pelo Parreira;
– um treinador que muitos chamam de teimoso por não mudar a formação do time, a perda de sua maior estrela;
improvisos e gambiarras táticas que não funcionaram e nunca dariam certo;
pouca concentração, a Granja Comary mais parecia uma colônia de férias do que um campo de treinamento de uma seleção de futebol
– a torcida fez sua parte, mas tenho a sensação de que o cantar o hino “à capela” possa ter trazido uma falsa sensação de unidade e de que está tudo bem.
 
 
 
Alguns dizem que os alemães são frios, eu já acho o contrário, eles são práticos e sabem muito bem o que fazer. Desde o princípio se refugiaram em um Resort construído pela Federação Alemã em Santa Cruz Cabrália – BA. Fugiram dos holofotes e buscaram um denominador comum: treinar e ganhar a Copa. Usaram como base um time já formado, vários jogadores já convivem e jogam juntos há anos.
 
Outro ponto importante é o exemplo de “bons vencedores” que os alemães deram. Apesar de estarem “chutando um cachorro morto”, em nenhum momento desmereceram a seleção ou os brasileiros. Que essa mensagem fique para todos nós. Pior que um mau perdedor, é um mau vencedor.
 
 
Já a seleção brasileira, que muitos chamavam de “família Scolari”, não se viu como um time, pelo menos é essa a sensação que temos. Pouco entrosamento, pouca criatividade. Espero que tudo isso sirva de lição e que a seleção trabalhe o futuro com resiliência,  tirando uma oportunidade de crescer e desenvolver novas competências após este evento traumático. E, por favor, levarem a sério o trabalho psicológico durante toda a preparação para 2018. Vimos o quanto faltou trabalhar o emocional.
 
 
 
Bem, a vida segue. Essa ressaca moral vai passar. Para nós adultos é mais fácil de entender que tudo isso é um jogo e que temos coisas muito mais importantes para fazer e nos preocupar.
 
O que mais me preocupa são as crianças, elas ainda não tem um repertório emocional tão elástico quanto os adultos. É uma boa oportunidade para os pais de mudar um pouco o foco e falar mais sobre a vida.  Ressaltar a importância da disciplina, da preparação, de estudar, para que se for algo dar errado, pelo menos ter a certeza de que tentamos. Construir junto com a criança a capacidade de lidar com a frustração como a deste momento.                                       
 
Esse jogo foi uma vitória da competência sobre a malandragem, a consagração do planejamento sobre o improviso. Nosso famoso “jeitinho” nem sempre funciona e pode ser uma verdadeira armadilha!! Que isso sirva de exemplo para todos nós, em toda e qualquer área de atuação. 
 
 
 
Vida que segue! 
Leonardo Fd Araujo
Psicólogo em Curitiba CRP 08/10907
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Olhe para cima! Não para o Smartphone!!

  • Artigo publicado em: 28 maio, 2014
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Um vídeo emocionante. Quanto tempo passamos olhando para os nossos smartphones? Quais oportunidades já perdemos por esse comportamento?
 
Ando na rua e vejo uma legião de pessoas totalmente desconectadas, sim, não pense que só por que está “conectado à internet” você está realmente conectado ao mundo.
 
É importante a reflexão para que nossa sociedade hipermoderna não se torne definitivamente uma escrava da compulsão do curtir e compartilhar virtual, o que no fim leva ao isolamento real.

 
Leonardo Fd Araujo
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NOMOFOBIA – o medo de ficar incomunicável

  • Artigo publicado em: 28 abril, 2014
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O termo Nomofobia é relativamente novo, refere-se ao medo de ficar sem contato pelo celular ou smartphone. A origem é do inglês: no-mobile (sem celular/smartphone), logo acrescentando sufixo fobia criou-se o termo que se relaciona ao medo de ficar incomunicável. 
 
Atualmente, estão cada vez mais comuns queixas de pacientes relacionadas ao uso da internet e redes sociais. Na maioria das vezes a queixa vem acompanhada de sintomas de ansiedade, mas sem um motivo aparente, pelo menos não para a pessoa. Investigando um pouco mais a fundo, percebe-se que o uso que o indivíduo está dando ao smartphone, em especial às redes sociais, é algo descompensado e desmedido.

Algumas características comuns:

 

– Fica inquieto quando está em um local em que não pega sinal 3G ou que não há nenhuma rede wi-fi disponível.
– Fica perdido quando percebe que a bateria do aparelho está acabando e não há nenhuma possibilidade de recarregar.
– Quando sai de um compromisso logo pega o aparelho para atualizar algum fato ou conferir o que os outros estão postando e curtindo
– Em um evento familiar prefere ficar com o celular sempre à mão, e ao menor aviso já corre para ver o que foi atualizado.
– Em um encontro com amigos em um bar, por exemplo, passa mais tempo no celular do que curtindo verdadeiramente o momento.
Essas são apenas algumas das características encontradas. A grande questão é que a maioria das pessoas não vê esse conjunto de comportamentos como um problema, uma vez que muitos à sua volta fazem o mesmo. 

 

O mais cruel disso tudo é que as famílias estão deixando de se comunicar olho no olho. Sempre vejo casais totalmente separados durante um almoço, cada um no conectado ao seu mundinho de poucas polegadas. Acabam dando mais atenção para quem está on-line do que para quem está à sua frente!

 

 
Há ainda os irresponsáveis que fazem o uso do celular enquanto dirigem, cometendo uma infração gravíssima e ainda por cima comprometendo a segurança de outras pessoas.

 

Nestes casos de uso exagerado, procuro sempre orientar a estipular momentos para usar o celular, caso contrário fica algo sem controle. O importante é criar momentos de qualidade em que o celular fique de lado. Viver mais momentos entre os amigos e a família. Guardar o aparelho quando andar na rua e voltar a perceber tudo à sua volta. Praticar exercícios físicos, andar de bicicleta, nadar, são atividades que movimentam o corpo e deixam suas mãos ocupadas!!

 

Há uma brincadeira que está sendo usada por rodas de amigos, o Phone Stacking. Em uma mesa de bar, por exemplo, todos colocam os seus aparelhos empilhados no centro da mesa. O primeiro que pegar o celular paga uma rodada para os amigos ou a conta toda. É uma maneira bem humorada e muito ilustrativa de o quanto é importante vivenciar o que acontece a sua volta de maneira intensa! Caso contrário a vida on-line toma lugar da vida real!

O importante é usar o bom senso, afinal de contas, nossos avós viveram muito bem sem internet. Por que é que nós não iríamos conseguir o mesmo por alguns momentos? 

 

Leonardo Fd Araujo
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Dificuldades para cumprir “promessas” de ano novo – Coluna do Leitor

  • Artigo publicado em: 21 janeiro, 2014
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A nossa leitora R.M. nos enviou uma questão, vamos a ela:
Olá Leonardo,
Sempre tive dificuldades de cumprir as minhas promessas de ano novo. Algumas vezes até consegui começar, mas com o passar dos dias a empolgação vai passando e entrego os pontos. No ano passado tinha feito uma promessa de parar de fumar. Até consegui passar por janeiro e fevereiro longe do cigarro, mas no decorrer do ano fui pipocando e usando de vez em quando. Esta é uma das minhas promessas para 2014, conseguir largar o cigarro, já estou a 10 dias longe!! A outra promessa é terminar de uma vez a minha faculdade, precisei estica-la um pouco para poder trabalhar. Faltam apenas 3 matérias e a monografia. Estou preocupada em me decepcionar novamente!  Isso é sinal de fraqueza? Tem alguma dica?
 
Obrigado!
——
 
 
Prezada leitora R.M.
Acredito que o termo “promessa” não seja o melhor para o que está desejando fazer. Como diziam os antigos: “- Prometer é uma coisa, cumprir é outra!”.  
Nossas vidas são como uma empresa, precisamos administra-la para que “dê lucro”. Seguindo este ponto de vista, podemos estabelecer metas e tarefas no decorrer do ano para atingir determinados objetivos. Ter dificuldades nestes aspectos não são um sinal de fraqueza, mas sim uma falta de foco! 
No seu caso, são duas as metas para o ano de 2014: parar de fumar e terminar a faculdade.
 

 

Parar de fumar é algo que precisa ser elaborado. Dentro deste objetivo você pode estabelecer várias tarefas para ajuda-la:  praticar atividades físicas, melhorar a alimentação, tomar mais água, fazer um checkup médico. A grande questão é que não adianta executar essas tarefas por dois meses, é preciso manter o foco e ter bem estabelecida qual é a meta a ser cumprida. Aproveite esse embalo inicial de estar 10 dias longe do cigarro e estabeleça as próximas tarefas!
Para a sua segunda meta, terminar a faculdade, a estratégia é dividir o ano em trimestres com tarefas pré-determinadas! Por exemplo: no primeiro trimestre você vai concluir o anteprojeto da monografia com o tema, justificativa e parte da bibliografia. No começo do segundo trimestre você termina toda a pesquisa bibliográfica e passar tudo para a discussão do tema escolhido. No terceiro trimestre são as conclusões finais, reuniões com o orientador e os retoques. No último trimestre é o momento de ensaiar a apresentação e montar um bom powerpoint para valorizar o seu trabalho.
Criando um plano de metas e tarefas, a sua “empresa pessoal” dará lucro e não prejuízo. A única maneira que conheço de passar por dificuldades é colocar no papel e planejar bem os passos. Há quem diga que isso seria algo muito metódico, mas nós humanos precisamos de regras, essa é uma das características que nos faz humanos!
 

Obrigado por sua participação! Boa sorte e tenha um bom ano!!

——Quer participar da Coluna do Leitor? Envie sua questão para o e-mail: atendimento@psicologoemcuritiba.com.br ! Será um prazer em recebe-los!

Leonardo Fd Araujo
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Falecimento de celebridade e a identificação das pessoas com a morte – Coluna do Leitor

  • Artigo publicado em: 3 dezembro, 2013
  • Categorias:
O nosso leitor G.L. nos enviou uma questão, vamos lá:
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Leonardo tenho observado um fenômeno no facebook que sempre que morre alguém famoso, as pessoas que não tem nada a ver com o morto começam a falar sobre o fato, acabam de uma certa forma tentando se ligar ao problema, ou ao defunto, por exemplo, esse final de semana que morreu o ator dos velores e furiosos, pessoas mais variadas viraram fãs incondicionais do cara, qual o motivo disso? Não sei se fui bem claro, me parece algo como sentir necessidade de fazer parte de uma coisa grande. 
Obrigado.
G.L.
 
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Olá G.L.
Acredito que possa haver uma identificação coletiva com a celebridade que faleceu. No caso em questão, o ator Paul Walker era um homem jovem e com filmes de sucesso.
Tanto a sua vida privada quanto a profissional acabam sendo idealizadas pelas pessoas. 
Ao assistir Velozes e Furiosos há uma identificação com o cara que tenta ajudar a mocinha e ainda por cima tenta converter os bandidos para “fazer o bem”. Em suma, um personagem como esse não tem como não ser adorado pelos fãs. 
Entendo a sua questão. Algumas pessoas falam como se sentissem a necessidade de fazer parte de algo maior do que elas, no caso a morte de alguém famoso. Em um momento como estes há quem lamente, quem diga que “já sabia que isso ia acontecer” ou ainda que não acredita no que está acontecendo. 
Há ainda outro aspecto do importante no falecimento. Quando ele acontece, há uma tentativa de elaboração do luto. Para tanto, nada melhor do que falar sobre o ocorrido. Esse movimento acontece em qualquer esfera, na familiar ou na pública. Quem vivenciou mortes marcantes como a de Airton Senna lembra de que o Brasil falou no assunto por semanas, era difícil de acreditar que um herói nacional tinha sucumbido.
Outra morte recente comentada a exaustão foi a do Michael Jackson. Por ser um ícone da música e ter marcado mais de uma geração, a repercussão foi bastante grande. Lembro que os canais dedicados à música fizeram maratonas para homenagear o cantor, chegaram a tocar suas músicas por 24h seguidas. Tudo isso acaba se tornando uma tentativa de elaborar o luto pela perda e os fãs acabam vivenciando isso também. 
Obrigado pela sua participação! Um grande abraço e até a próxima!
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Leonardo Fd Araujo
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