A sexualidade na infância, o que fazer quando começam as perguntas sobre sexo?

A sexualidade humana é algo natural, faz parte de qualquer cultura ou país, uns mais liberais e outros conservadores de mais.

O fato é que diariamente recebemos diversos estímulos que remetem ao tema sexo. Com as crianças não é diferente. A televisão e a internet estão fazendo cada vez mais parte do cotidiano das famílias, e nem sempre os conteúdos consumidos pelos pequenos é o mais saudável.

Muitos acham bonito ver crianças com minissaias rebolando e dançando músicas sensuais na TV. Particularmente acho isso algo de péssimo gosto, e me questiono o quanto da realização da mãe e do pai estão embutidos nesta ação. Ou seja, uma suposta realização pessoal através dos filhos. Isso é muito sério, pode trazer ansiedade para a criança, além dela se erotizar precocemente

Com toda essa erotização precoce, muitas crianças podem começar a apresentar comportamentos incompatíveis com a sua idade. Cabe então aos pais pontuar e ponderar quando tais comportamentos aparecerem. Não precisa ser algo tão repressor, mas sim algo educativo e elucidativo. Por exemplo, se um menino de 6 anos começa a manipular os genitais no meio da sala, não é gritando ou brigando com a criança que algo irá se resolver. O interessante seria conversar com a criança, e explicar que ali no meio da sala não é local para se manipular os genitais, que deveria fazer isso no quarto ou em outro local mais seguro e discreto.

Com essa reação mais construtiva, os pais desmistificam a sexualidade, desenvolvendo desde cedo uma relação saudável com os filhos sobre o tema. A masturbação, por exemplo, é algo perfeitamente normal e natural, o que pode preocupar é uma possível compulsão na masturbação. Quando a criança a pratica repetidas vezes e por longos períodos. Essa sim deve ser observada com cuidado, se a compulsão perdurar, procure auxílio de um médico pediatra ou de um psicólogo infantil.

Outra questão para se ficar alerta é quando a criança começa a falar muito exageradamente sobre sexo. É algo para se observar e investigar. Essa criança pode estar sendo molestada sexualmente, e isso é algo muito grave e que necessita de uma intervenção rápida. Todo cuidado é pouco.

Mas o que fazer quando começam a surgir aquelas perguntas:
– Mãe, como foi que eu nasci?
– Como é que o bebê foi vai parar dentro da barriga?

Naturalidade é a palavra chave em um momento como esses. Se você é do tipo mais ansioso em situações embaraçosas, respire fundo e converse com seu filho. Há diversos livros infantis sobre o tema, um dos mais conhecidos é “De onde vem os bebês” da editora José Olympo. Esse tipo de abordagem pode ser bastante interessante, o livro trás figuras e ilustrações que podem ajudar bastante na explicação.

Há ainda a questão de que se, por algum momento você não se sentir seguro com algo relacionado à pergunta da criança, o melhor é contornar e dar a resposta mais tarde com mais segurança. Nós adultos pensamos que os pequenos não prestam atenção, é um ledo engano. Eles percebem muito bem quando estamos tristes, preocupados, nervosos, ansiosos, com essa situação não seria diferente.

Há uma reportagem bastante interessante e pontual sobre esse tema. Foi ao ar no Jornal Hoje de 01/12/09. Nela o médico psiquiatra Dr. Francisco Batista Neto trás algumas questões interessantes. Como por exemplo, a de se evitar a erotização precoce dentro de casa. Vale à pena conferir!!

Tenham uma ótima tarde!

Leonardo Fd Araujo CRP 08/10907
Psicólogo e Coach
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