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Santa Catarina lança campanha para combater o Bullying!

A vida escolar é uma fase muito importante para qualquer indivíduo. Infelizmente, nem sempre a criança ou adolescente consegue efetivamente aproveitar essa fase. Um dos maiores obstáculos para isso é o bullying, a faceta cruel das relações interpessoais entre crianças e adolescentes.

Vou exemplificar: Um menino de 10 anos, um pouco acima do peso e que usa óculos. Aos olhos de qualquer um é um garoto perfeitamente normal e saudável. Mas aos olhos do praticante do bullying, é o alvo perfeito. As características físicas são os principais motivos para que a criança ou adolescente sofra com as chacotas e intimidações. Em toda escola há sempre o “valentão”, ou então o grupo de “valentões”, que por serem maiores ou por estarem em grupo, se acham no “direito” de passar por cima dos seus semelhantes. É neste momento que eles “elegem” o alvo das brincadeiras de mau gosto, da intimidação e das chacotas. Miram todo o seu arsenal em direção ao menino, e este sem defesa, não consegue fazer nada para se livrar. Então, o menino acima do peso, passa a ser motivo de todo o tipo de violência verbal, e em casos mais graves, violência física.

Mas o que fazer?

Antes de qualquer coisa, o bullying é um problema escolar e familiar. A escola tem a responsabilidade de mediar conflitos e aplicar punições a quem foge das regras no ambiente escolar. Mas os pais também têm grande parte de participação nisso, pois antes da escola, é a família que prepara o filho para o mundo. É muito cômodo deixar o papel que é dos pais para a escola. Pois assim, fica mais fácil eleger um culpado pelo mau comportamento dos filhos. Mas isso está errado. Os pais têm sim responsabilidade na formação dos filhos, bem como na imposição e transmissão de limites. Todos nós sabemos que a vida hoje em dia é um tanto corrida, mas os pais têm que arrumar um tempo e um jeito de passar mais tempo com os filhos.

Em Santa Catarina, há uma lei estadual para barrar o bullying entre os estudantes. Porém, mesmo com a lei, há a recomendação de que todas as escolas do estado trabalhem o tema com os alunos. O ministério público catarinense criou uma cartilha denominada: “Bullying: isso não é brincadeira”, que está servindo como instrumento nesse trabalho nas escolas.

As escolas do estado vizinho estão desenvolvendo atividades em sala para debater o tema. Até o momento, pouco havia sido colocado na mídia sobre ações como essas. A meu ver é uma estratégia perfeita, mas, como disse acima, deve contar também com a participação dos pais!

Link para uma postagem anterior que escrevi sobre o tema:

Abaixo o vídeo da reportagem tratando deste tema. Jornal Hoje 30/04/2010

* No site do Ministério Público de Santa Catarina há a versão online da cartilha:

http://www.mp.sc.gov.br/portal/site/portal/portal_detalhe.asp?campo=10230 . No campo “apresentação”, é possível baixar o material para ser usado em sala de aula!
Meus parabéns pela iniciativa!!

Tenham todos um ótimo final de semana!
Leonardo Fd Araujo CRP 08/10907
Psicólogo e Coach
Tel: 3093-6222

Rua Padre Anchieta, nº 1923, sala 909
Bigorrilho – Curitiba

” As pulseiras da discórdia “

Essa semana a polêmica foi lançada. Supostamente, crianças e adolescentes estariam participando de um jogo de origem inglesa chamado Snap. A prática consiste em usar pulseiras de borracha de cores variadas, mais conhecidas como pulseiras do sexo. Cada cor equivale a uma determinada ação no jogo. Acontece que essas ações têm um cunho sexual, podendo ser um risco para a juventude. Quem tiver a pulseira arrebentada por outra pessoa, terá que seguir o que a cor determina. Pode ir desde um beijo, até a prática sexual em si.

Na história recente temos diversos casos semelhantes de “organização sexual”. Nos anos 70 a comunidade gay de Nova York criou um código denominado hunk code, ou ainda bandana code. Consistia em usar no bolso de trás da calça lenços de cores variadas. Cada cor determinava uma ação sexual.

Nos anos 90 eram muito populares aqui no Brasil as festas da porca e do parafuso. Na entrada da festa, os rapazes ganhavam um parafuso e as moças uma porca. Em determinado momento da festa, começava a procura de quem estava com a peça correspondente. Quando o parafuso encaixava na porca, formava-se um casal. Se esses decidissem, ficariam juntos aquela noite.


Esses dois exemplos que citei, geralmente aconteciam entre pessoas maiores de idade, em bares e boates. O problema com o atual Snap ou pulseiras do sexo é que esse comportamento está se estendendo para a escola e para o cotidiano de crianças e adolescentes. 

Muitos adolescentes contestam a versão de que o jogo Snap seja voltado para o sexo, e dizem que a pessoa só faz o que quiser. Ao mesmo tempo, outros adolescentes colocam que é sim um jogo sexual, que a prática de sexo é o ponto central.

Como era de se esperar, pais e professores ficaram espantados com esse comportamento. Imaginar que até crianças estão usando as tais pulseiras, deixaria qualquer pai e mãe aflitos. Alguns colégios aqui de Curitiba já proibiram sumariamente o uso das pulseiras dentro do ambiente escolar. Em outros, a posição é de que o uso das pulseiras pode acarretar em situações embaraçosas e de risco, e alertam os pais sobre isso. O risco estaria fora do ambiente escolar, pois outro grupo que poderia usar o jogo e levar a criança ou adolescente a uma situação de perigo. Dentro da escola não seria o problema, mas sim fora dela.

A meu ver, as escolas estão tomando medidas pontuais, sendo que a verdadeira atitude deveria ser tomada em casa. O debate está lançado, muitos filhos terão que dar explicações nos próximos dias. Assim como muitos colégios terão que pensar em quais medidas tomar.

Mas afinal, usar ou não usar as pulseiras?

Essa é uma pergunta muito difícil de ser respondida. Depende de diversos fatores: idade, sexo, nível de diálogo em casa, nível de diálogo na escola, círculo de amizades e outros fatores.

Aos pais que não estão sabendo o que fazer, eu recomendaria cautela. Primeiramente tenha uma boa conversa com o seu filho, isso pode ajudar bastante. Lembrando-se de tentar manter sempre o mesmo tom, sem se exaltar e nem partir para atitudes mais impulsivas. Procure ouvir o seu filho, tente descobrir como é que o grupo dele está usando as pulseiras. É claro que você pai, e você mãe estão preocupados com a situação. Com receio de que seu filho esteja praticando sexo a partir de um jogo de adolescentes.

Se no seu entendimento o seu filho deve parar de usar as pulseiras, faça isso. Porém, esteja ciente que a maneira pela qual for tratado o assunto, o seu filho pode se interessar ainda mais. Há aquele velho ditado Tudo que é proibido é melhor”. Você mais do que ninguém conhece o seu filho, sabe como foi a criação e saberá por onde ir. Lembre-se apenas que a repressão cega e sem justificativas pode atiçar ainda mais a curiosidade.

Acredito que toda essa polêmica é reflexo do nosso estado atual de coisas. A geração de que hoje está com 10 a 18 anos, está sem referências. Estão completamente perdidos. Esse tipo de jogo é uma tentativa de reforçar a identidade grupal e individual. Outra questão bastante importante que essa polêmica me remete, é a da banalização do sexo.

No link abaixo, uma reportagem bastante interessante sobre o assunto!
Video: reportagem do ParanáTV 1ª Edição – 04/12/2009 – “O que dizem as escolas 

Mas o que você acha sobre as pulseiras?

Deixe seu comentário!

Tenham todos uma ótima tarde e um excelente final de semana!

Leonardo Fd Araujo CRP 08/10907
Psicólogo e Coach
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Bigorrilho – Curitiba

A sexualidade na infância, o que fazer quando começam as perguntas sobre sexo?

A sexualidade humana é algo natural, faz parte de qualquer cultura ou país, uns mais liberais e outros conservadores de mais.

O fato é que diariamente recebemos diversos estímulos que remetem ao tema sexo. Com as crianças não é diferente. A televisão e a internet estão fazendo cada vez mais parte do cotidiano das famílias, e nem sempre os conteúdos consumidos pelos pequenos é o mais saudável.

Muitos acham bonito ver crianças com minissaias rebolando e dançando músicas sensuais na TV. Particularmente acho isso algo de péssimo gosto, e me questiono o quanto da realização da mãe e do pai estão embutidos nesta ação. Ou seja, uma suposta realização pessoal através dos filhos. Isso é muito sério, pode trazer ansiedade para a criança, além dela se erotizar precocemente

Com toda essa erotização precoce, muitas crianças podem começar a apresentar comportamentos incompatíveis com a sua idade. Cabe então aos pais pontuar e ponderar quando tais comportamentos aparecerem. Não precisa ser algo tão repressor, mas sim algo educativo e elucidativo. Por exemplo, se um menino de 6 anos começa a manipular os genitais no meio da sala, não é gritando ou brigando com a criança que algo irá se resolver. O interessante seria conversar com a criança, e explicar que ali no meio da sala não é local para se manipular os genitais, que deveria fazer isso no quarto ou em outro local mais seguro e discreto.

Com essa reação mais construtiva, os pais desmistificam a sexualidade, desenvolvendo desde cedo uma relação saudável com os filhos sobre o tema. A masturbação, por exemplo, é algo perfeitamente normal e natural, o que pode preocupar é uma possível compulsão na masturbação. Quando a criança a pratica repetidas vezes e por longos períodos. Essa sim deve ser observada com cuidado, se a compulsão perdurar, procure auxílio de um médico pediatra ou de um psicólogo infantil.

Outra questão para se ficar alerta é quando a criança começa a falar muito exageradamente sobre sexo. É algo para se observar e investigar. Essa criança pode estar sendo molestada sexualmente, e isso é algo muito grave e que necessita de uma intervenção rápida. Todo cuidado é pouco.

Mas o que fazer quando começam a surgir aquelas perguntas:
– Mãe, como foi que eu nasci?
– Como é que o bebê foi vai parar dentro da barriga?

Naturalidade é a palavra chave em um momento como esses. Se você é do tipo mais ansioso em situações embaraçosas, respire fundo e converse com seu filho. Há diversos livros infantis sobre o tema, um dos mais conhecidos é “De onde vem os bebês” da editora José Olympo. Esse tipo de abordagem pode ser bastante interessante, o livro trás figuras e ilustrações que podem ajudar bastante na explicação.

Há ainda a questão de que se, por algum momento você não se sentir seguro com algo relacionado à pergunta da criança, o melhor é contornar e dar a resposta mais tarde com mais segurança. Nós adultos pensamos que os pequenos não prestam atenção, é um ledo engano. Eles percebem muito bem quando estamos tristes, preocupados, nervosos, ansiosos, com essa situação não seria diferente.

Há uma reportagem bastante interessante e pontual sobre esse tema. Foi ao ar no Jornal Hoje de 01/12/09. Nela o médico psiquiatra Dr. Francisco Batista Neto trás algumas questões interessantes. Como por exemplo, a de se evitar a erotização precoce dentro de casa. Vale à pena conferir!!

Tenham uma ótima tarde!

Leonardo Fd Araujo CRP 08/10907
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O que é Assédio Moral ?

Este tema circula de forma muitas vezes silenciosa nos corredores das empresas. O local de trabalho passa a ser um palco de intimidação e ameaça. Já há algum tempo que este tema está em voga na mídia, mas você sabe do que se trata?

O Assédio Moral constitui um vasto repertório de comportamentos. Geralmente consiste na ameaça, intimidação e humilhação constante por parte de um superior para com um subordinado no ambiente de trabalho. Ou então por parte do empregador para com o empregado
 

Toda essa questão nos remete primeiro ao papel do chefe na empresa. Quando alguém ocupa um cargo de chefia, deveria passar por uma reciclagem completa. As responsabilidades impostas pelo cargo são muitas, mas em contrapartida há uma forte sensação de poder e conquista. O chefe é o alvo de diversas críticas, muitas delas fundamentadas em pequenos atos ou deslizes. Mas há também o chefe que provoca verdadeiro pavor no ambiente de trabalho, e o simples fato de entrar na sala de cara fechada, pode levar os subordinados a pensarem que algo ruim irá acontecer.

Muitas vezes, o chefe tem que desempenhar até um papel de pai. Puxar a orelha do funcionário que se atrasa, ou então chamar atenção da mancada de outro por um relatório mal feito. O chefe deve sempre lembrar: “Grandes poderes trazem grandes responsabilidades”. Esse poder é finito, dependendo da hierarquia dentro da empresa, o chefe também pode ser demitido, transferido ou rebaixado de cargo. Com todo esse poder, com toda essa carga enraizada na simbologia do “ser chefe”, usar tudo isso para ameaçar e humilhar os subordinados é um total e completo absurdo.

Em pesquisa realizada em 2000 (PUC-SP / Uma Jornada de Humilhações), foi levantado o que homens e mulheres moralmente assediados mais vivenciam e sofrem:

Homens:
Depressão, pensamento suicida, desejo de vingança contra o assediador, aumento do consumo de bebidas alcoólicas.

Mulheres:
Insônia, crises de choro, palpitações, tremores, diminuição da libido e sentimento de inutilidade.



O levantamento feito pela pesquisa é muito preocupante, e nos mostra a extensão dos danos provocados pelo assédio moral. Se você está sofrendo com esse problema, procure um advogado trabalhista e informe-se sobre as medidas legais a serem tomadas. Outra questão também muito importante, a qualquer sintoma físico, como por exemplo, taquicardia e palpitações, procure um médico. Esses sintomas podem ter fundo emocional, mas sempre é bom procurar um especialista para tirar a dúvida. Com relação ao lado emocional, é bastante interessante procurar um psicólogo para organizar as idéias. Quem sofre com assédio moral fica muito fragilizado emocionalmente. Muitas vezes a pessoa tem que engolir a seco o problema em detrimento do emprego com carteira assinada. Uma boa psicoterapia pode ajudar bastante neste momento difícil.

Não sofra em silêncio, informe-se sobre seus direitos!

Abaixo, um vídeo com uma reportagem sobre o Assédio Moral. Foi ao ar dia 14/09/09 no Jornal Hoje:

Tenham uma boa tarde!
Leonardo Fd Araujo CRP 08/10907
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O camelo, o homem e a tenda

Certa vez, um homem amarrou o seu camelo do lado de fora de sua tenda em uma noite fria no deserto. Mais tarde, deparou-se com o camelo esfregando o focinho no tecido da tenda. O homem deu uma paulada no focinho do animal, e este rapidamente se retirou.
Logo depois o camelo enfiou o focinho na tenda e disse ao seu dono “Está tão frio aqui e você tem essa tenda grande e quente. Não faz mal se eu deixar apenas o focinho aqui dentro, faz?”. O homem pensou e concordou com o pedido do camelo.

Uma hora mais tarde, o homem foi surpreendido com a cabeça do camelo inteira dentro da tenda, e o camelo fez mais um pedido: “Tomei um pouquinho mais de espaço e assim fico mais confortável. Acho que não há nenhum problema , não é ?”. Mais uma vez o homem concordou com o pedido do animal.

Durante a madrugada, o homem acordou diversas vezes, e percebeu que o corpo do camelo estava cada vez mais dentro da tenda, e a cada investida, o animal sempre era atendido pelo dono. Horas depois, o homem acordou e percebeu que ele estava deitado fora da tenda e o seu camelo estava confortavelmente dormindo no interior da mesma.

Autor desconhecido



Essa fábula é muito ilustrativa. Na novela O Clone, que foi ao ar entre os anos de 2001 e 2002, o inesquecível Tio Ali (Stênio Garcia) apresentou ao público.

Às vezes temos passamos por situações difíceis, ou por momentos que temos que lidar com pessoas ásperas. Ou ainda por algum problema que começa pequeno e vai aumentando com o passar dos dias. O importante é lidar com a dificuldade assim que ela se coloca em nosso caminho. Sabemos que nem sempre é possível, mas uma hora ou outra algo terá que ser feito. Não é nada anormal passar por momentos como esse, como também não é anormal sentir fraqueza, desânimo ou incerteza para resolver a situação.

Muito se fala de crise familiar, crise conjugal, problemas no trabalho, dificuldades em relacionamento social. Para todas essas questões, há sempre um começo, nada ocorre sem deixar um rastro.

Podemos pegar um exemplo de um casal que está passando por sérias dificuldades conjugais. Certo dia, um decide dar um basta e parte para um embate. Pode ser que se lá atrás, quando as dificuldades começaram, tudo pudesse ser diferente se o diálogo tivesse sido colocado.

Moral dessa fábula: não deixe que os problemas cresçam e tomem lugar na sua existência. O camelo era o problema do homem naquela noite fria. O problema tomou o lugar da estabilidade, no caso a tenda, e o homem foi obrigado a dormir no relento. Se o homem não tivesse atendido os pedidos do camelo, nada teria acontecido.

Tenham uma boa semana!

Leonardo Fd Araujo CRP 08/10907
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